25/05/2011

Lula e FHC convocados para organizar PT e PSDB

O sociólogo Fernando Henrique Cardoso e o líder operário Luiz Inácio Lula da Silva foram, juntos, dois dos maiores nomes da luta pela democracia no ocaso da ditadura militar do Brasil. Uma união quase floresceu no início dos anos 1990, mas logo eles trilharam caminhos diferentes. Ambos comandaram o país, um período de 16 anos nos quais as mudanças para melhor são claras. E, agora como ex-presidentes, continuam sendo as maiores influências dentro do PSDB e do PT em um momento conturbado para os dois partidos.

O jornal O Globo informa que permanece aberta a ferida no PSDB provocada pela divisão entre os grupos mineiro e paulista do partido, que opõe a facção do senador Aécio Neves (MG) à do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O desejo dos paulistas é emplacar José Serra na presidência do Instituto Teotonio Vilela, ligado ao PSDB. Os aecistas querem o ex-senador Tasso Jereissati. Sérgio Guerra (PE), o presidente do partido, não consegue resolver o impasse e, assim, FHC foi chamado para apagar o fogo, como conta a Folha.
O ex-presidente disse estar disposto a acomodar todos os interesses e se mostrou contrariado com a atuação do partido, voltada mais para a crise interna do que para a oposição a Dilma. Segundo disse a interlocutores nos últimos dias, FHC avalia que os tucanos deveriam ser a linha de frente na cobrança sobre explicações para o aumento de quase 20 vezes em quatro anos [do ministro-chefe da Casal Civil] Antonio Palocci.

O caso Palocci também fez o PT convocar seu principal líder. Na terça-feira, como conta o Globo, Lula baixou em Brasília e assumiu o comando da articulação para defender Palocci. Lula afirmou a senadores do PT que a oposição é feita pela imprensa, pois “no parlamento é muito fraca” e disse que, ao ver os ataques contra Palocci, Dilma está sendo testada.
A seu estilo, [Lula] orientou o ataque. Num discurso inflamado, na reunião com senadores do PT, Lula exigiu unidade do partido na defesa de Palocci e acusou o ex-governador José Serra (PSDB) de estar por trás do vazamento de dados sobre o faturamento da empresa de Palocci em 2010 — que teria sido de R$ 20 milhões —, por meio da Secretaria de Finanças da Prefeitura de São Paulo.

Como se vê, Lula e FHC não saem do noticiário. Pode ser bom para os partidos, que encontram nos dois uma espécie de porto seguro, mas preocupante para a política brasileira, que têm uma flagrante dificuldade de criar novos líderes.

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