O traficante Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, integrante de um grupo criminoso carioca e foragido da polícia do Rio, seria o homem indicado ao goleiro Bruno Fernandes para matar a juíza do Tribunal do Júri da comarca de Contagem, Marixa Fabiane Rodrigues. A denúncia é investigada pela Polícia Civil e surgiu quando a Justiça de Contagem (MG) ouviu o presidiário Jaílson Alves de Oliveira.
Em depoimento, ele alegou ter ouvido as ameaças em confissões do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, de quem era companheiro de cela na Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria. O jornal Hoje em Dia teve acesso à declaração.
O detento afirmou que os acertos de Bola e Bruno são intermediados pela família do goleiro e uma dentista do Rio de Janeiro, apontada como sua noiva, que vem visitá-lo.
- A dentista conversa com o traficante, pois Bruno tem essa força no Rio de Janeiro.
Quem também estaria na suposta lista de Bruno são o delegado Édson Moreira, chefe do Departamento de Homicídios, o deputado estadual Durval Ângelo (PT) e o advogado José Arteiro Cavalcante, defensor dos interesses da família de Eliza Samudio. A modelo está desaparecida desde junho do ano passado e teria sido assassinada a mando do jogador Bruno Fernandes das Dores Souza.
A juíza de Contagem é protegida com escolta. O delegado Édson Moreira, o advogado José Arteiro e o deputado Durval Ângelo admitiram que as ameaças devem ser levadas a sério, mas se recusaram a falar sobre como estão se protegendo.
Bola ainda teria afirmado que dois homens que testemunharam apontando-o como autor de um homicídio contra um carcereiro da Polícia Civil, também estão na mira para serem mortos por vingança.
O detento afirmou que ao fazer essas revelações Bola também teria confessado participação no assassinato de Eliza Samudio.
Outra revelação do presidiário foi que Bruno teria feito um planejamento no qual, se condenado, "iria fingir estar doente para que, ao ser retirado da prisão, ser resgatado quando estivesse a caminho do médico".
Ao longo das declarações que prestou à Justiça, em sigilo, Jailson disse que o desejo de vingança arquitetado por Bola seria colocado em prática em caso de condenação aplicada contra ele e Bruno.
"Cinzas no rio"
Nas confissões que fez para o companheiro de cela na Nelson Hungria, Bola afirmou, ao assistir a uma reportagem em uma emissora de televisão sobre o paradeiro de Eliza Samudio, que a mulher não poderia ser localizada porque "só se os peixes falassem, pois matou-a, queimou-a no pneu, e jogou as cinzas no rio".
O Tribunal do Júri do Estado negou na quinta-feira (2), novamente, liberdade ao réu Luiz Henrique Romão, conhecido como Romão, que figura nos autos do processo como um dos suspeitos de envolvimento no desaparecimento e suposta morte de Eliza Samudio.
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