Imagens de arquivo dos Novos Baianos compõem o retrato músico-afetivo do documentário Filhos de João
Ao todo, 21 cidades brasileiras e cerca de 50 salas de cinema exibirão Filhos de João. O documentário – primeiro longa-metragem de Dantas – será exibido inicialmente em nove cidades, a partir de amanhã. Depois da primeira semana em cartaz, mais 12 praças recebem o filme.
Tal feito não acontece desde 1961, quando o Ciclo Baiano de Cinema ganhou o Brasil com produções como Barravento, de Glauber Rocha, e A Grande Feira, de Roberto Pires.
Esta semana, aconteceram as pré-estreias, primeiro no Rio e em São Paulo. A última será em Salvador, hoje, às 20h, no Espaço Unibanco Glauber Rocha, na Praça Castro Alves.
“Vai ser uma festa, com coquetel e o DJ Poha, um baiano que vive no Rio. Quero ver a galera da Bahia vendo o filme, e, quem já viu, vê de novo!”, convida Henrique Dantas. A sessão inaugural será para convidados, mas também vendará ingressos a R$ 15.
Moraes As pré-estreias foram um capítulo à parte na carreira do filme. Na primeira sessão da série de três, segunda-feira passada, no Rio, foram duas salas lotadas. Foi tanta gente querendo ver o documentário que a distribuidora teve de abrir mais uma sala para acomodar o excedente, em uma sessão extra.
Moraes Moreira, um dos entrevistados do filme e que, com Galvão, formava o principal núcleo de compositores dos Novos Baianos, estava lá e chorou. Mas não só o choro do artista emociona o diretor Henrique Dantas. A ótima receptividade ao filme, que ele levou 11 anos para fazer, também o comove.
“É uma coisa muito legal ver que o filme trouxe alegria pras pessoas e que dialoga com várias gerações, assim como a música dos Novos Baianos”, diz. “Isso me dá felicidade. É bom ver que, agora, o filme se articula por si mesmo”, complementa o diretor. Filhos de João vem de uma bem-sucedida turnê pelo circuito de festivais nacionais e estrangeiros, como o Festival de Cinema de Brasília e o Festival de Cinema Brasileiro em Paris.
Pai João O título do filme é uma alusão à paternidade artística dos Novos Baianos – grupo musical que abalou a cena artística brasileira nos anos 60 e 70 – atribuída por seus próprios integrantes ao cantor e compositor João Gilberto.
O documentário trata desse ‘antes e depois de João Gilberto’ pelo qual passou o grupo, de qualidade musical ímpar e vida alternativa. “Essa magia lúdica que os Novos Baianos representam precisava ser contada. Tinha que viver em outros lugares que não fosse apenas na lembrança de quem o curtiu naquela época. Imortalizar eles em um filme foi a solução”, revela Dantas.
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