19/09/2011

A lição do Papai

A torcida tricolor acordou tranquila. A 16ª posição na tabela está longe do ideal, mas como é importante começar uma segunda-feira fora da zona do rebaixamento... E esse sentimento de alívio só veio graças ao trabalho do técnico Joel Santana. Não, ele não é mágico e resolveu todos os problemas do Bahia em apenas uma semana. No entanto, o triunfo de 3x0 sobre o Fluminense possui boa parte das ideias táticas do comandante.


“Eu tomei quatro gols nos últimos dois jogos, pô! Meu primeiro objetivo agora é não tomar gol”. Assim o Papai justificou a escolha acertada pelo esquema de três volantes. Diante de Grêmio e Atlético Mineiro, vimos um Esquadrão perdido dentro das quatro linhas. Desempenho natural para quem enfrenta uma mudança de comando. Fahel, Fabinho e Hélder deram a estabilidade necessária ao meio-campo azul, vermelho e branco. Com mais posse de bola, mais chances foram criadas e, consequentemente, os gols apareceram. Rápidos, os laterais Marcos e Dodô ganharam liberdade para chegar ao fundo. Deu liga.

Durante a semana passada, uma frase curiosa despertou o meu interesse. O volante Fahel, sempre sincero nas entrevistas, comentou sobre a evolução da equipe nos treinamentos. “Erramos aqui para acertar no jogo”. De fato, o que se via no Fazendão era um time ainda desorganizado. Joel, sem piedade nenhuma, metia bronca nos pupilos. A orelha de Dodô queimava. “Quero ver você ir lá no fundo e cruzar essa porra na área! Vai lá e faz de novo, meu filho!”. Na base da repetição, o professor-papai arrumou a casa.

Alguns ajustes precisam ser feitos, mas acredito no trabalho de Joel. Faltam 14 rodadas e o Bahia necessita de mais seis vitórias para espantar o fantasma do rebaixamento. Quarta-feira, em Pituaçu, jogo-chave contra o Atlético Paranaense. É dia de apoiar e colocar sete pontos de diferença para o rival rubro-negro. Duelo pra pegar moral e encarar o irregular Corinthians no domingão. Papai Joel já mandou o recado: “Vamos continuar com os pés no chão e vencer mais uma batalha”. Quem tá colado com ele? Eu tô!

De pênalti também vale – Muita gente questiona o desempenho de Souza. Os números, contudo, não mentem. Foram nove jogos na Série A e seis gols, sendo quatro de pênalti. Mas só faz o gol quem se apresenta pra bater, não é? Quando joga lá dentro da área, o camisa 9 costuma preocupar os zagueiros adversários. Deixa o cara ali, na dele, fazendo o trabalho de pivô. Os gols vão sair naturalmente.

Alternativas para o ataque – Jones é um jogador esforçado, mas não é o atacante de beirada ideal para o Bahia. Na hora mais importante, ele sempre peca. Falta inteligência no momento de definir uma jogada. Encontrar o parceiro ideal para Souza é mais um desafio para o treinador Joel Santana. No elenco, vejo três opções válidas: Gabriel, Maranhão e Lulinha. É com você, Joel!

O parceiro de Titi – O zagueiro Paulo Miranda não atravessa um bom momento no tricolor. A transferência em 2012 para o São Paulo parece ter mexido bastante com a cabeça do jogador. Muitas vezes, é traído pelo excesso de preciosismo e acaba prejudicando a equipe. Danny Morais entrou e se entendeu muito bem com Titi. O capitão do time, por sinal, passa pela melhor fase da carreira.

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