21/10/2011

Ibama quer enviar lixo hospitalar de volta para os EUA

Incineração provocaria contaminação na camada de ozônio

O coordenador de Emergência Ambiental do Ibama de Pernambuco, Gustavo Moreira, afirmou nesta quinta-feira que o lixo hospitalar apreendido pela Receita Federal no Porto de Suape, em Recife, deverá ser devolvido aos Estados Unidos. Na semana passada, agentes do Fisco confiscaram dois contêineres com lençóis, jalecos e outros tecidos provenientes de hospitais americanos e que, mesmo com manchas de sangue e outras secreções, seriam entregues à empresa Na intimidade Ltda., cujas lojas, com nome fantasia de Império do Forro de Bolso, estão em três cidades: Toritama, Caruaru e Santa Cruz do Capiberibe.

Moreira é o representante do Ibama responsável pela operação que autuou a Na intimidade Ltda. Segundo ele, o material encontrado nos contêineres precisa ser devolvido aos Estados Unidos porque, caso fosse incinerado, poderia provocar a contaminação da camada de ozônio. "A atuação do Ibama é no sentido de devolver as 46 toneladas do material apreendido nos contêineres aos Estados Unidos", disse Moreira. "Quanto as cerca de 25 toneladas que encontramos e interditamos nas três lojas da empresa que importava o material, infelizmente não podemos devolver".

Moreira informou que o melhor a fazer com o material abrigado nas lojas é enviá-lo a uma empresa especializada em incineração. "Assim o procedimento pode ser feito com o mínimo de danos para o meio ambiente", explicou o especialista.

Segundo Moreira, a Na intimidade Ltda. recebeu outros seis contêineres dos Estados Unidos, todos com produtos utilizados em hospitais. O especialista informou que entre os objetos apreendidos estão botas, máscaras, lençóis e fronhas – alguns tecidos contém resíduos de sangue, fezes e urina.

O Ibama multou a empresa Na intimidade Ltda. em 6 milhões de reais. A companhia responsável pelo navio que fez o transporte do material contaminado recebeu uma multa de 2 milhões de reais. Segundo Moreira, o governo brasileiro já planeja o envio do material aos hospitais americanos. "Há uma articulação via Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores e Governo de Pernambuco para que o material apreendido seja de fato devolvido", garantiu. "Queremos responsabilizar a empresa americana".

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