21/10/2011

Morte de Kadafi é aviso a líderes autoritários, diz Obama

Obama faz alerta a ditaduras do Oriente Médio


O presidente norte-americano, Barack Obama, considerou a morte do líder líbio deposto Muammar Kadafi como um aviso a líderes autoritários de todo o Oriente Médio, mostrando que os governos com mão de ferro "inevitavelmente chegam ao fim".

Obama juntou-se a políticos e cidadãos norte-americanos, saudando a morte de Kadafi, que foi durante décadas visto como inimigo de presidentes dos EUA, e também buscou reivindicar parte do crédito pela queda do homem forte líbio.

"Isso marca o fim de um capítulo longo e doloroso para o povo da Líbia, que agora tem a oportunidade de determinar seu próprio destino em uma Líbia nova e democrática", disse Obama a repórteres no Jardim de Rosas da Casa Branca.

Obama deixou claro que vê a morte de Kadafi como algo que veio comprovar o acerto de sua estratégia de "liderar desde atrás", que foi criticada nos EUA por deixar o país em um papel de apoio nos ataques da Organização do Tratado do Atlântico Norte na Líbia.

"Sem colocar um único militar norte-americano em campo, alcançamos nossos objetivos", disse Obama em discurso televisionado para os norte-americanos, já exaustos das guerras prolongadas no Iraque e Afeganistão.

A reação dos EUA refletiu uma história difícil com Khadafi, visto nos EUA como vilão devido aos vínculos de seu governo com a explosão de um voo da Pan Am sobre a Escócia, em 1988, e uma explosão em uma discoteca de Berlim, em 1986, que teve como alvos soldados norte-americanos.

Obama disse também que a morte de Khadafi deve servir de aviso a outros líderes autoritários no Oriente Médio, onde revoltas já depuseram líderes que passaram muitos anos no poder no Egito e na Tunísia.

Washington está fazendo pressão por mais sanções contra o presidente da Síria, Bashar al-Assad, devido à repressão brutal dos protestos pró-democracia nesse país.

"Para a região, os acontecimentos de hoje [quinta-feira] comprovam mais uma vez que um governo com mão de ferro inevitavelmente chega ao fim," disse Obama.

O presidente falou ainda que os Estados Unidos serão parceiros do governo interino líbio e exortou uma transição rápida para eleições democráticas, mas não fez promessas específicas de ajuda.

Parentes de vítimas norte-americanas mortas na explosão do voo sobre Lockerbie, na Escócia, promovida 23 anos atrás por agentes líbios, disseram que a justiça foi feita com a morte de Khadafi ao fugir de sua cidade natal e derradeiro reduto.

"Espero que ele esteja no inferno com Hitler", comentou Kathy Tedeschi, cujo primeiro marido, Bill Daniels, foi uma das 270 pessoas mortas na explosão do voo 103 da Pan Am em 1988.



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