O Bahia não comemora um título desde 2002, quando levantou o caneco do Nordestão. No Baianão, a última campanha de sucesso aconteceu em 2001. A torcida não vê a hora de soltar o grito de 'É campeão!', engasgado na garganta há uma década, e o técnico Paulo Roberto Falcão, apresentado na tarde desta terça-feira (7) no Tricolor, chega com a missão de fazer história. Segundo ele, o jejum do clube foi uma das razões que o motivou a vir para Salvador.
"Evidente que a preocupação de quem assume um time como o Bahia, há dez anos sem ganhar título, é grande. O Campeonato Baiano é o nosso primeiro objetivo. Pela história, pela tradição do Bahia, a gente pensa alguma coisa além do baiano, um campeonato que não é facil. Temos que pensar em vencer cada jogo. A minha motivação tem a ver com isso, de o time estar dez anos sem ganhar um campeonato", admitiu o treinador.
Na entrevista coletiva, Falcão relembrou a conquista do Gauchão no ano passado, quando comandou o Internacional. "Tive a felicidade de ser campeão Gaúcho, com o Julinho Camargo que está aqui comigo, em uma situação na qual o Inter tinha que ganhar o segundo turno para ir para decisão. Campeonato estadual tem um sabor especial. A gente vai ver a competição com muito carinho, sabendo das dificuldades. O Bahia já está merecendo o título".
Férias - A Bahia para Falcão era, até outro dia, um destino para passar férias. Agora, local de trabalho. Sem clube desde julho do ano passado, ele mostra que voltou de vez ao futebol e, mais uma vez, justificou o retorno. "Estou feliz em participar desse momento do Bahia. Eu vinha trabalhando com isso (voltar a ser técnico) há bastante tempo. Senti que tinha que voltar a trabalhar com futebol. Tinha 16, 17 anos na tevê, rádio, jornal e, antes da Copa da África, comecei a pensar em voltar a comandar um time de futebol. Foi um decisão pensada. Estava em uma posição muito confortável. Hoje me sinto muito feliz, a Bahia é um lugar que muitas vezes escolhi para passar as férias com minha família".
Chegando no clube após seis rodadas disputadas no Campeonato Baiano, Falcão prevê dificuldades no começo do trabalho. "É sempre bom você pegar na pré-temporada, ter condições de escolher os jogadores, mas é muito difícil acontecer. As dificuldades é nos primeiros dias. Até começar o Campeonato Brasileiro é assim. Tem que estabelecer prioridades e a prioridade é sempre a preparação para o próximo jogo".
Segundo ele, o fato do Bahia contar com alguns jogadores conhecidos nacionalmente irá facilitar seu trabalho. "Conheço muitos jogadores do Bahia, que já demonstraram ter talento. Nas conversas que tive, deu para ter uma ideia geral do que está sendo feito no clube e estou muito feliz. Vamos ver o grupo, o que se pode fazer, ver as carências e apontar para direção".
BaVi - A estreia de Falcão no Bahia será justamente no clássico BaVi, domingo (12), em Pituaçu. Do outro lado, ele reencontrará um velho amigo, o técnico Toninho Cerezo, comandante do rival Vitória. "Jogamos juntos na Copa de 82, na Roma ele foi jogar conosco. Grande amigo, grande figura. São coisas da vida, mas nunca vamos ser inimigos, vamos ser apenas adversários". A contratação de Falcão como técnico do Bahia ganhou repercussão internacional.
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