02/06/2010

Jogo político de Ricardo Teixeira e apoio de Mugabe marcam amistoso contra Zimbábue

A CBF aproveitou os últimos treinamentos para a Copa para ganhar dinheiro e fazer política. A seleção brasileira está no Zimbábue para receber US$ 2 milhões (R$ 3,7 milhões), a cota usual que cobra para entrar em campo, e para Ricardo Teixeira marcar a sua força política no continente africano. Ele quer a gratidão e, o mais importante, o apoio eterno da Federação de Futebol do Zimbábue nas suas pretensões de ser um dia o presidente da Fifa. Será a primeira vez que a seleção atuará com seu time principal na nação.

O amistoso foi acertado com quem manda no miserável país: Robert Mugabe. Ele é um Nelson Mandela ao contrário: participou do movimento de libertação do poderio da minoria branca e foi preso. Quando libertado, chegou ao poder com imenso apoio popular. Mas, ao assumir a Presidência, em 1981, não quis mais sair.

Desde então, ele tem vencido eleições mais do que suspeitas e comanda o pais com mão de ferro. Vários políticos da oposição foram presos, renunciaram ou sumiram ao longo das décadas de Mugabe no poder. A grande maioria da população vive abaixo da linha da miséria. Há uma luta enorme para conter a hiperinflação que empobrece cada vez mais o país.

A saída desesperada para segurar a inflação foi assumir, extra-oficialmente, o dólar norte-americano e rand sul-africano como moedas.
Mesmo assim, o Brasil está na capital do país, Harare. E vamos festejar. Os funcionários públicos só precisam trabalhar meio período. Na prática, o clima é de feriado. A intenção é lotar o estádio Nacional de Esporte, com capacidade para 65 mil pessoas. Os ingressos são caríssimos para a pobre população local: custam US$ 60 (R$ 110), US$ 40 (R$ 74) e US$ 10 (R$ 18,50). O salário mínimo de Zimbábue, onde índices recentes apontam desemprego de 70%, é de US$ 140 (R$ 259). A sofrida população, no entanto, é muito alegre e faz festa quando encontram brasileiros na rua.

Voltando ao futebol, Dunga deverá utilizar o time que começará a Copa: Julio César, Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto Silva, Felipe Melo, Elano e Kaká; Robinho e Luís Fabiano. A ordem de Dunga é levar o jogo a sério. Ele sabe que terá pela frente uma equipe fraca e a transformará em um “sparring” da Coreia do Norte, primeira rival da seleção no Mundial.

Não foi por acaso que, em Johannesburgo, ele treinou o time marcando sob pressão a saída de bola adversária. O desejo de Dunga não é só ganhar, mas sim golear. E mandar um recado aos adversários: o Brasil chega forte nessa Copa. O atacante Luís Fabiano mostrou confiança.

- Vamos colocar em prática o que treinamos. Não tem essa de tirar o pé. Vamos jogar a sério contra o Zimbábue. Estamos muito perto do início da Copa e não tem lógica entrar leve. Temos de fazer o que faremos quando a Copa começar.

O mesmo não se pode dizer de Kaká. Ele ainda esta muito abaixo do restante do time. Fisicamente, não consegue render o que se espera. O fisioterapeuta Luis Rosan continua trabalhando intensamente para reforçar a musculatura do jogador. A pubalgia que enfrentou na Espanha o atrapalhou muito, e ainda atrapalha. Dunga perguntou aos médicos e a Rosan o quanto pode forçar Kaká, mas vai ser o meia quem dirá o quanto suportará do jogo. Júlio Baptista está mais do que avisado de que entrará no lugar do meia.

Informações do R7.com.

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