A planilha detalhada da última pesquisa realizada pelo Ibope na Bahia, disponível no site do TSE, indica que o instituto não segue protocolos que permitam sua validação científica. Esta é a conclusão a que chegou o contador Fábio Oliveira, especialista em estatística e coordenador do Movimento Nacional de Suplentes de Vereadores. Segundo ele, a metodologia utilizada pelo Ibope tem o claro interesse político de beneficiar e inflacionar os índices de preferência pelos candidatos do PT ao Senado na Bahia. “Em cidades administradas pelo PT, o instituto entrevistou um maior número de eleitores”, denuncia.
Realizada entre os dias 21 e 23 de setembro e registrada sob o número 31.779 / 2010, a pesquisa utiliza critérios de amostragem de acordo com o quadro político da região estudada e no final pondera pelo peso de cada um desses segmentos no total. Dessa forma, no município de Camaçari, por exemplo, administrado pelo PT e com 134 mil eleitores, o Ibope entrevistou 28 eleitores. Em Itabuna, administrada pelo DEM e com 140 mil eleitores, foram entrevistados apenas 14.
Fábio Oliveira explica que qualquer leigo em estatística percebe uma má intenção na divulgação dos resultados. “No município de Jequié, que tem 93 mil eleitores, cidade natal de César Borges, o Ibope fez 14 entrevistas. Já em Nova Fátima, administrada pelo PT, com apenas 6.129 eleitores, o Ibope entrevistou também 14 pessoas”. Os exemplos se seguem e estão disponíveis no site do TSE.
De acordo com matéria divulgada pelo Correio Braziliense, especialistas em estatística afirmam que o modelo utilizado pelos institutos brasileiros para medir intenção de votos é impreciso e não inspira confiança. Para eles, é impossível calcular dois dos principais indicadores utilizados pelos institutos para avaliar a consistência dessas pesquisas: a margem de erro “para mais ou para menos” e o nível de confiança.
Motivo de polêmica entre especialistas, a suspeita lançada pelos estatísticos é baseada no método aplicado atualmente para captar a preferência do eleitor.O coordenador do curso de estatística da Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe), Cristiano Ferraz, é categórico ao afirmar que só é possível determinar margem de erro e nível de confiança em pesquisas do tipo probabilística, método que há mais de uma década não é utilizado por aqui.
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