31/07/2011

Este Mengão, sei não, este Mengão

Por JUCA KFOURI

Era humano sonhar que o Flamengo, diante de sua gente no Engenhão (24.467 pagantes), desse novo show.

Era desumano esperar que pudesse ser algo parecido com o que aconteceu na Vila Belmiro.

E, na verdade, o Grêmio esteve melhor e quem quase fez um gol de placa foi o argentino Escudero.

Mas se o jogo do Flamengo, até pela ressaca, não poderia ser como na já histórica vitória sobre o Santos, a atuação de Ronaldinho não ficava muito longe da realizada naquela noite.

Viradas de jogo monumentais, toques magistrais e um passe na cabeça de Thiago Neves para fazer 1 a 0 aos 27 minutos, quando o Grêmio já criara pelo menos três chances claras de gol.

Então, o Grêmio caiu e o Flamengo subiu, situação que se manteve constante no segundo tempo, com direito a novos desdobramentos do repertório de Ronaldinho — um deles, aos 8, que redundou em pênalti, de Mário Fernandes, não marcado pela arbitragem (como houvera antes, no primeiro tempo, um cometido por Júnior César em Leandro também não marcado).

Aos 25, Deivid saiu (aplaudido sim senhor) e entrou Bottinelli, assim como, no Grêmio, Leandro foi trocado por Lins.

O Flamengo tinha o jogo sob contrôle e corria poucos riscos.

Riscos quem gosta de correr é o goleiro Victor, da Seleção Brasileira, que simplesmente tentou driblar Ronaldinho.

Pra quê?

Ronaldinho simplesmente tomou-lhe abola e fez 2 a 0, nono gol do artilheiro do Brasileirão.

Pra machucar ainda mais o coração gremista.

Sei não.

Do jeito que a coisa vai, considerada a invencibilidade de 13 jogos do Mengo, mais seu elenco refinado e a vitória consagradora sobre o Santos, embora ainda seja muito cedo, não há como negar que o rubro-negro pinta como maior favorito ao título.

Ainda mais se, ao voltar à crista da onda, Vanderlei Luxemburgo não meter de novo um terno e uma gravata e readotar a postura de sábio e não de técnico, profissão que há anos ele dá sinais de ter abandonado (Palmeiras, Santos e Galo que o digam) mas que, se levar a sério como parece estar fazendo, pode lhe dar o sexto título brasileiro, o hepta do Flamengo.

Aos 38, entrou Jael, o cruel, para estrear no lugar de Thiago Neves (aplaudidíssimo também), como Fierro já havia substituído Airton no Flamengo e o Grêmio, no puro desespero da falta do que fazer,tinha trocado Escudero e Adilson por Marquinho e Mithyuê.

Nada que alterasse o preço do dólar e, muito menos, o resultado do jogo.

Resultado que deixa o Flamengo cada vez mais lá em cima e, atenção, o Grêmio cada vez mais lá embaixo.

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